Será que é fácil mesmo???
Não há quem trabalha com fotografia, ou mesmo que atua de forma despretensiosa como um hobby, e que possua um equipamento mais qualificado, que não tenha ouvido a seguinte afirmação:
“ - Linda foto, mas também com essa máquina fica fácil!!!”
Vocês não imaginam a “revolta” que isso gera!! (risos)
Simplesmente são desconsiderados todos os esforços que o fotógrafo fez para alcançar aquele resultado!
Não se imagina o quão cedo o fotógrafo foi para a sua busca da imagem, o quão tarde ele ficou tratando a imagem para alcançar o resultado pretendido.
Desconsidera-se todo o estudo que ele fez, ao longo dos anos, da luz e sua incidência (e reflexão), a idéia de composição, profundidade de campo, idéias de movimento, a escolha de um maquiador, de uma locação, dos flashs a serem utilizados, rebatedores, qual ISO usar, a relação entre o obturador e o diafrágma e muitas outras coisas que contribuem para o resultado que se apresenta materializado no papel.
Isso sem falar na escolha do papel (brilhante, fosco, papel fotográfico, mate, de algodão...), na escolha do laboratório (Fuji, Norutso, HP....), na escolha da impressão....
Dá para entender um pouco a cara que fazemos e o sorriso sem graça que damos quanto ouvimos a frase mencionada???? (risos)
É claro que o equipamento conta para o resultado final, mas o olhar do nobre cidadão que se esconde por trás da maquina, é de suma importância, primordial para a boa fotografia!!!
Na minha busca por informações, estava detalhadamente lendo uma revista de fotografia de Portugal, na qual achei um texto primoroso e que se harmoniza, não somente com o que penso sobre a fotografia e sobre o assunto em questão, mas igualmente com as inúmeras mensagens contidas nos textos dos Amigos da Boa Música.
É uma mensagem de Jorge Pinto Guedes, diretor da Digital Photographer de Portugal (jorgeguedes.ip@gmail.com), publicado no Numero 5 – agosto de 2008.
Eis o texto:
“O limite da fotografia é o nosso próprio limite.Para quem, como eu, gosta de máximas ou para quem, simplesmente, gosta de fazer delas – juntamente com os ditos populares – uma das formas de estar na vida, esta é uma das que mais impacto causa. É certo que a fotografia sempre estabeleceu limites pois sempre serviu da tecnologia e da ciência para existir e progredir. Agora, numa altura que a fotografia quebrou todas as barreiras, e em que já existem milhões de crianças que nasceram na era do digital – e o dominam naturalmente -, de mãos dadas com a informação, chegamos à verdadeira hora da verdade.Já não são só os equipamentos caros ou os segredos bem guardados que fazem a diferença, mas sim quem fotografa. É quem está por trás da máquina que conta, a par com a sua própria e única (individual) forma de interpretação do assunto. Assim, quem conta é somente o ser humano mais a sua capacidade criativa, a sua imaginação, a sua inspiração, persistência, coragem e desfaçatez. Em suma, não há limites para a fotografia a não ser os que cada um de nós impõem a si mesmo.É, no meu entender, este preceito que faz com que a fotografia esteja em plenas condições de se tornar, senão a principal, uma das mais importantes formas de expressão e sublimação do belo. E, se por um lado temos a aproximação inexorável do que muitos já clamam como Apocalipse, pó r outro é garantido que os que amam e trabalham com fotografia (e que são cada vez mais) passaram a desempenhar um papel fundamental de contra-poder, pois têm nas mãos a ferramenta da transformação por execelência.Por favor quebrem as barreiras, passem dos limites, aventurem-se, excedam-se, pasmem-se... que o mundo, nossos filhos e os filhos deles agradecerão.E, como diz o grande Solnado, façam o favor de ser felizes!”
Isso mesmo: FAÇAM O FAVOR DE SER FELIZ!!!
Adorei! Tinha que imprimir isto e dar uma cópia, quando alguém solta essa máxima, hahahah!!!
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