Depois de apresentar o AUDAX e seu espírito, vamos
seguir com algumas outras informações e dicas.
Objetivando fomentar a participação nos eventos,
geralmente a organização promove “desafios” paralelos ao AUDAX. Assim há
distâncias menores para serem percorridas.
Como tinha o intuito de tomar conhecimento desse
tipo de prova, no Audax 200 KM de Rio das Ostras, em 16 de março de 2014, me
inscrevi no desafio 100 km, sendo que havia a opção do desafio 60 km.
Em um dia de meditação sobre o assunto, pensei que
60km era uma marca que já estou acostumado a pedalar, assim, seria mais
interessante fazer os 100km para ter uma ideia mais precisa do que seria
pedalar 200km.
Após a escolha feita, efetuei a inscrição e chamei
o “departamento de logística” para preparar as bases para o desafio.
Primeiro, aproveitei uma viagem de carro para
marcar a distância e ter a ideia precisa do que iria pedalar.
Ai surgiu a primeira constatação: 100 km é uma
distância de respeito!!!
Após essa etapa, passei a listar o que iria
precisar para vencer essa distância.
Segue a linha lista de objetos necessários,
destacando que encontram-se inclusos os itens obrigatórios para a participação
determinados pela organização do evento:
- Capacete;
- Ecohead/bandana (depois que comecei a usar não
gosto mais de pedalar sem ela!!);
- Luva;
- Meia de compressão (mais pelo conforto que gera
do que outra coisa!);
- Bermuda de ciclismo;
- Ferramentas (como são necessárias!! Senti isso na
própria pele!!!)
- Kit reparo de pneu (muitos pneus são furados.)
- Camera sobressalente;
- Mochila de Hidratação;
- Luz frontal e traseira (em desafios grandes,
enorme é a possibilidade de você pedalar de noite!!);
- Pilhas extras (ninguém vai querer pedalar no
escuro em estradas, certo??);
- Faixa refletora (muito importante, principalmente
na parte noturna);
- Óculos;
Alguns desses itens merecem comentários adicionais.
Tem gente do pedal que não usa óculos para pedalar
nesses eventos. Só a questão de pedalar sob o sol (que geralmente parece um
maçarico!!) já demonstra a necessidade desse item, mas no desafio que fiz ele
realmente se mostrou muito importante.
Deve-se ter em mente que o percurso pode ser,ou
passar, por uma estrada, onde a velocidade dos carros é maior que a usada em
ruas urbanas.
Outrossim sempre há “coisas” no chão que podem voar
com o carro passando, seja pelo deslocamento do vento ou “arremessado” pelas
rodas.
Neste final de semana, durante o pedal, um carro
passou por mim e senti uma pedrinha batendo bem na lente do óculos. Se não
estive com ele, a mesma teria atingindo meu olhou ou alguma área perto, o que
poderia trazer sérios transtorno.
Assim minha primeira dica: o uso de óculos ao
pedalar é obrigatório!!
Outra questão que é interessante de mencionar é o
uso do filtro solar.
É claro que sempre que você for pedalar deve
utilizar o mesmo. É importante!
Mas nesse desafio que passei mais de seis horas
pedalando embaixo de um sol enlouquecedor me pareceu ser muito importante o uso
de “manguitos” nos braços, que certamente lhe protegem bem do sol.
Esse é um item que não usei mas que na próxima
oportunidade estará presente em minha lista!!
Kit reparo e ferramentas são realmente necessários!
A quantidade de gente que eu vi fazendo reparos nos pneus na beira da estrada
foi muito assustadora. E você parar uma pedalada porque não tem o kit reparo
deve ser desanimador.
E não diga que não sabe fazer o conserto!!! Hoje em
dia há inúmeros vídeos no youtube ensinando isso! Além disse há muitos “cursos”
que ensinam. Se você não sabe tá na hora de sacudir a preguiça e aprender!
E outra coisa: se você ver alguém passando por
dificuldade, sempre pergunte se a mesma quer ajuda. É muito bom ouvir isso
quando você está diante de uma dificuldade!
No meu desafio, logo depois de pedalar uns 31 km,
minha roda traseira travou no freio a disco e a pedalada tornou-se um sacrifício.
Parei e como ali não havia uma única sombra, retornei ao ponto de controle que
ficava no km 30 da prova e parei na sombra para tentar resolver o problema.
Como havia carregado minhas ferramentas estava meio
tranquilo de resolver o problema e ainda contei com a ajuda de um caro que
estava assistindo a corrida que passava na frenta da casa dele. Como ele entendia do assunto foi uma ajuda
perfeita. Fizemos a “sangria” do freio, destravamos e pude voltar ao desafio.
Confesso que depois de esfriar o retorno foi muito
cansativo e dolorido.
Quanto a mochila de hidratação também há pontos a
serem analisados. Eu optei por usar uma mochila grande que tem um compartimento
para a bolsa de água.
Ocorre que ela por não ser exclusiva de hidratação
é grande e ocupa grande espaço nas costas e isso corresponde a uma maior área
sem ventilação e te digo que quando você pedala mais de três horas no sol tudo
que você não quer são áreas sem ventilação!!
Suei horrores por conta dessa mochila e na próxima vou
optar por utilizar uma mochila exclusiva de hidratação, que é bem menor do que
as mochilas normais e ocupam pouco espaço.
Se você for comprar uma, escolha um modelo que seja
pequeno e que se ajuste bem ao seu corpo e posição de pedalar. Dê preferência as
que possuem barrigueiras (aquelas cintas que são presas na cintura), pois dessa
forma ela fica justa no corpo sem balançar pois o balanço da mochila nas costas
pode te atrapalhar muito, além de criar feridas devido ao atrito.
Por falar em atrito, segue uma outra dica.
Se for possível utilize um colete refletor no lugar
das faixas X de refletores. As faixas são mais baratas é claro, mas nem todas
possuem qualidade e isso interfere no reflexo delas. Porem o pior delas é que
com o tempo, por não estarem justas ao corpo, começam a roçar no pescoço e isso
pode gerar uma ferida séria. Tomem muito
cuidado.
Se não houver a possibilidade de aquisição de um
colete, vá com o X mesmo, mas preste atenção nele e na distancia dele ao seu
pescoço. Vale até a pena colocar um alfinete de bebe nele e na blusa para
deixa-lo fixo e bem longe da pele!!
O uso de um
ciclo-computador também é muito recomendado, porque a planilha de rota é composta
por informações de quilômetros a serem percorridos para você seguir em frente,
dobrar a esquerda ou a direita, com indicações de setas.
Quando você está pedalando em um grupo é tudo
tranquilo porque os retardatários vão seguindo os que estão na frente, porem
pode ocorrer de você ficar sozinho em um momento e terá que se guiar apenas
pela planilha de rota. E tudo piora se
você não conhece bem o local por onde está pedalando.
E a sensação de estar perdido, no meio de um lugar
desconhecido, depois de horas pedalando, cansado e querendo voltar para casa,
não é nada bom!!!!
Hoje há ciclo-computadores com ótimos e acessíveis preços.
Invista em um que não se arrependerá!
Outra dica que sempre falo é a seguinte: ao receber
a sua Planilha de Rota tire uma foto dela com seu celular ou câmera fotográfica
que você levará na pedalada. Ou melhor, fotografe com os dois!!
Não é remota a possibilidade de você perder a sua
Planilha no meio do pedal e tendo feito esse procedimento, basta acessar a
mesma no celular ou na maquina fotográfica.
Permanecendo na Planilha de Rota, acho também
interessante levar um daqueles sacos que possuem uma fechamento para evitar a
entrada de ar. Aqueles que o pessoal usa para colocar sanduiches. Sabe qual é?
Barato e você pode colocar a Planilha de Rota
dentro dele, que a mesma estará salva em caso de uma chuva!!!
A ultima dica é um tanto polêmica para alguns.
Usa da sapatilha! Que o seu uso auxilia muito na
pedalada isso não se discute pois a mesma se torna muito mais continua o que
faz você economizar energia.
Pedalar “clipado” é outra coisa! Outro nível de
conforto
Mas muitos não usam porque tem medo de não saberem tirar
o pé do clipe.
Pois bem, os técnicos da Shimano, há um tempo atrás
começaram a perceber que o ciclista urbano não utilizava sapatilhas, pois a
todo momento era obrigado a parar de pedalar para colocar o pé no chão, na
calçada ou mesmo no meio fio, tendo em vista o sinal dos carros.
Desta forma, de olho nesse mercado, desenvolveu o
que eles chamam de sapatilha urbana, que mistura a ideia de uma sapatilha de
bike com um tênis comum.
Para fazer par a esse tênis de clipar,
desenvolveram um clip específico que segundo informações é 60% mais fácil de “disclipar”
que um pedal comum de street.
É o sistema Shimano “Click R”.
Gente, eu experimentei, gostei e passei a usa-lo.
Vale o investimento sim. O tênis é confortável e clipa bem, tornando a pedala
show e na hora de tirar o pé do pedal é muito simples mesmo.
Fica a dica!!!